Tencent Contorna Sanções dos EUA e Acessa GPUs da Nvidia via Datasection em Osaka e Sydney (2025)
- Como a Tencent está garantindo acesso às GPUs da Nvidia apesar das sanções?
- Qual o impacto das sanções dos EUA no mercado de IA chinês?
- Quais são os detalhes dos megacontratos entre Tencent e Datasection?
- Quais os riscos e desafios desse modelo de negócios?
- Como está a expansão global da Datasection?
Em um movimento estratégico para driblar as restrições de exportação de chips dos EUA, a Tencent está utilizando centros de dados da japonesa Datasection em Osaka e Sydney para acessar as mais recentes GPUs da Nvidia. Este artigo explora como as gigantes chinesas de tecnologia estão se adaptando às sanções, os detalhes dos contratos milionários envolvidos, e o impacto no mercado global de IA. Com dados exclusivos e análise do time BTCC, revelamos os bastidores dessa corrida por poder computacional.
Como a Tencent está garantindo acesso às GPUs da Nvidia apesar das sanções?
A Tencent encontrou uma solução engenhosa para continuar acessando as poderosas GPUs da Nvidia: parcerias com a Datasection, empresa japonesa que opera centros de dados em Osaka e Sydney. Com um investimento inicial de mais de US$ 1,2 bilhão, a Tencent garantiu acesso prioritário aos primeiros 15.000 processadores Blackwell da Datasection - chips que a China não pode importar diretamente devido às restrições americanas. "Há seis meses, 5.000 chips B200 bastavam para nossos modelos de IA", revelou Norihiko Ishihara, CEO da Datasection, em entrevista exclusiva. "Agora, o mínimo viável dobrou - precisamos de pelo menos 10.000 unidades". Essa demanda explosiva explica por que empresas como Tencent estão correndo para garantir capacidade offshore.
Qual o impacto das sanções dos EUA no mercado de IA chinês?
As restrições americanas criaram um terremoto no ecossistema chinês de IA. Lin Qingyuan, analista da Bernstein Research, explica: "Alugar capacidade no exterior se tornou a opção mais viável para os grupos tecnológicos chineses". Dados do TradingView mostram que as ações da Datasection subiram 185% em 2025, refletindo essa nova realidade. A empresa japonesa já planeja expandir para mais de 100.000 GPUs da Nvidia em futuras instalações. Enquanto isso, a recente aprovação da Casa Branca para exportar chips de baixo desempenho para a China trouxe algum alívio, mas analistas do BTCC acreditam que a estratégia offshore deve predominar no médio prazo.
Quais são os detalhes dos megacontratos entre Tencent e Datasection?
Os números são impressionantes: em julho de 2025, a Datasection adquiriu 5.000 chips B200 por US$ 272 milhões para Osaka, com um contrato trienal de US$ 406 milhões. Em agosto, veio outro acordo de US$ 800 milhões para construir um centro em Sydney, que abrigará dezenas de milhares de B300s - versões mais potentes que as permitidas na China. "Será o primeiro cluster hiperescala do mundo com B300s", orgulha-se Ishihara. Fontes próximas ao projeto confirmam que a Tencent será a principal usuária. Os contratos têm duração de três anos, com opção de renovação por mais dois, e são intermediados pela NowNaw, empresa de Tóquio que protege os dados dos clientes.
Quais os riscos e desafios desse modelo de negócios?
Nem tudo são flores. A Datasection enfrentou ataques de short sellers que questionaram seus laços com a Tencent e com a First Plus Financial Holdings, investidor de Singapura. Além disso, a empresa alerta que pode cancelar contratos se as relações EUA-China piorarem. "No pior cenário, talvez precisemos parar as operações por uma semana", admite Ishihara. Outro desafio é o financiamento: a Datasection está captando ¥50 bilhões via warrants que podem diluir o capital em até 200%. Apesar dos riscos, o CEO mantém o otimismo: "Nossos ativos são extremamente atraentes no mercado atual".
Como está a expansão global da Datasection?
A empresa não para: além do Japão e Austrália, agora mira a Europa. Contratou o político espanhol Pablo Casado Blanco como presidente e John Ellis Bush Jr. para seu conselho. "A alta demanda por GPUs facilita a substituição de clientes se as regras mudarem", explica Ishihara. Enquanto isso, a Tencent afirma cumprir todas as leis e que seu uso de serviços em nuvem é "transparente e legal". Com a guerra tecnológica entre EUA e China longe do fim, essa dança corporativa internacional promete muitos capítulos pela frente.