China intensifica repressão às criptomoedas em 2025: Stablecoins são o novo alvo
- Por que a China está reforçando sua postura contra as criptomoedas?
- Stablecoins: O novo foco da repressão chinesa
- O paradoxo do mercado chinês de criptomoedas
- Impacto no mercado global
- Perguntas Frequentes
Em mais uma investida contra o mercado de criptomoedas, as autoridades chinesas estão direcionando seus esforços para os stablecoins, classificando-os como vetores de riscos financeiros. Apesar da proibição desde 2021, atividades como mineração continuam ressurgindo, com a China recuperando 14% do hashrate global. Este artigo explora os motivos por trás da nova ofensiva regulatória, o impacto nos mercados e o contraste com a abordagem de Hong Kong.
Por que a China está reforçando sua postura contra as criptomoedas?
A China mantém uma das posições mais rígidas do mundo em relação às criptomoedas. Na última sexta-feira, a Banco Popular da China (PBoC), junto com o Ministério da Segurança Pública e a Comissão Cibernética, realizou uma reunião interagências para discutir medidas mais duras. As autoridades reiteraram que as criptomoedas não têm status legal equivalente às moedas fiduciárias e não podem ser usadas como meio de pagamento no território chinês. Qualquer atividade comercial relacionada é considerada "operação financeira ilegal".
O que chama atenção é que, apesar da proibição desde 2021, o país ainda representa 14% do hashrate global de Bitcoin, segundo dados da CoinMetrics. Isso mostra a resiliência do setor, mesmo sob pressão regulatória. "É como jogar whack-a-mole - você fecha uma operação, e outra aparece", comentou um analista do BTCC sob condição de anonimato.
Stablecoins: O novo foco da repressão chinesa
Desta vez, o alvo principal são os stablecoins como USDT e USDC. As autoridades alegam que essas moedas estáveis:
- Não cumprem com regulamentações de KYC (Conheça Seu Cliente) e AML (Combate à Lavagem de Dinheiro)
- Facilitam atividades ilícitas como lavagem de dinheiro e fraude
- Permitem saída não autorizada de capitais do país
Curiosamente, essa postura contrasta com a de Hong Kong, que em agosto de 2025 implementou um marco regulatório para emissores de stablecoins, supervisionado pela Autoridade Monetária de Hong Kong. "É uma divisão clara entre a China continental e sua região administrativa especial", observa um relatório da Reuters.
O paradoxo do mercado chinês de criptomoedas
Apesar da proibição, estimativas da Cambridge Centre for Alternative Finance sugerem que:
| Ano | Participação da China no hashrate global |
|---|---|
| 2021 | 0% (após a proibição) |
| 2023 | 7% |
| 2025 | 14% |
Esse crescimento ocorre apesar dos esforços contínuos do governo. "Os mineradores chineses são como ninjas - operam nas sombras, usando conexões políticas locais e estruturas corporativas complexas", brincou um trader de Cingapura que preferiu não se identificar.
Impacto no mercado global
A postura da China tem efeitos globais:
- Volatilidade nos preços: Anúncios regulatórios chineses frequentemente causam quedas bruscas
- Migração de empresas: Exchanges como BTCC e OKX tiveram que se reposicionar
- Inovação regulatória: Outros países usam a China como estudo de caso
Dados da TradingView mostram que o par BTC/USD teve uma queda de 5% nas 24 horas seguintes ao anúncio chinês. "É um lembrete de que, apesar da descentralização, o mercado ainda é sensível a ações de grandes economias", analisou o BTCC Research Team.
Perguntas Frequentes
Por que a China está focando nos stablecoins agora?
As autoridades identificaram os stablecoins como uma brecha sendo usada para contornar controles de capital. Com seu valor estável, eles se tornaram preferência para movimentações transfronteiriças.
Hong Kong pode servir de modelo para a China continental?
Pouco provável. Enquanto Hong Kong busca se tornar um hub cripto, a China continental mantém sua postura restritiva, priorizando o yuan digital (e-CNY) como alternativa.
Como os mineradores continuam operando na China?
Muitos operam sob disfarce de centros de dados ou usam conexões locais. Alguns migraram para regiões autônomas ou usam estruturas offshore.